Ideia partiu de um pedreiro que teve vida transformada pela leitura.
A Vila da Penha, na Zona Norte do Rio, agora tem uma Calçada da Fama. Quarenta pessoas que deram alguma contribuição para o bairro ganharam estrelas com seus nomes e trechos de livros importantes da literatura brasileira. Programa certo para moradores e visitantes da região.
A ideia partiu do pedreiro Evando dos Santos, que junto com o cafezinho que oferece na praça no Largo do Bicão, distribui em tirinhas de papel trechos de livros consagrados, que saem de uma caixinha que ele chama de “bica da leitura”. Assim é feito o café literário da praça.
Na praça, ele colou 40 estrelas com os nomes de personalidades que têm alguma ligação com o bairro. Todos vêm acompanhados de trechos de livros.
“A gente precisar ler. Ler é comer. Comer é se alimentar. Se alimentar é viver”, diz o criador do café literário da Vila da Penha.
Evando aprendeu a ler com a bíblia, quando já era adolescente, com a ajuda de um pastor. Tomou gosto pela leitura e começou a juntar livros. De repente, não havia mais espaço em sua casa para guardar tantos livros. Isso gerou a criação de uma biblioteca, que tem hoje 13 anos e 17 mil títulos.
O projeto teve o apoio e a assinatura do arquiteto Oscar Niemeyer. Na biblioteca, os interessados não pagam nada. Podem escolher um livro, levar para casa e ficar com ele um dia, um mês, um ano, o tempo que quiser. Niemeyer é um dos homenageados na Calçada da Fama de Evando. O professor José Messias, morador da Vila da Penha, também.